Dom João VI
Passeio pelas ruas da cidade atônita,
vendo os prédios caírem aos meus pés.
Não são prédios são os pés
do mundo que esmagam nossas cabeças.
Mas como é bonito o teatro municipal.
Não canso de me espantar.
Muitas pessoas falam sozinhas enquanto passeiam nas ruas.
O mundo está salvo
os loucos existem
e as árvores também.
A janela do ônibus enquadra a quina de um prédio,
a borda de outro e uma árvore.
Sozinha escrevo melhor porque dói mais.
A igreja continua em obras.
Há duzentos anos veio aqui um homem e disse: civilização.
E assim nós existimos tristes por essas ruas falsificadas.
Não basta termos pés e prédios
não é suficiente.
O importante é estarmos sós
para poder
muito
escrever.
2006/2007
vendo os prédios caírem aos meus pés.
Não são prédios são os pés
do mundo que esmagam nossas cabeças.
Mas como é bonito o teatro municipal.
Não canso de me espantar.
Muitas pessoas falam sozinhas enquanto passeiam nas ruas.
O mundo está salvo
os loucos existem
e as árvores também.
A janela do ônibus enquadra a quina de um prédio,
a borda de outro e uma árvore.
Sozinha escrevo melhor porque dói mais.
A igreja continua em obras.
Há duzentos anos veio aqui um homem e disse: civilização.
E assim nós existimos tristes por essas ruas falsificadas.
Não basta termos pés e prédios
não é suficiente.
O importante é estarmos sós
para poder
muito
escrever.
2006/2007