sábado, 17 de julho de 2021

Moda masculina, história e prática. Módulo 1: calça social.


Neste curso, eu e Luiz Claudio da Silva – alfaiate com mais de 30 anos de experiência atuando na Alfaiataria Marcos Roberto, no Rio de Janeiro – iremos abordar a calça social masculina, apresentada, de forma inédita, pela perspectiva histórica e pelo ponto de vista da prática. Transmitido on-line e ao vivo pela plataforma zoom, o curso é dividido em duas aulas. No primeiro encontro vamos conhecer um pouco da história da calça. Falarei sobre sua origem e como ela se tornou, na Europa, uma peça de roupa masculina. Analisaremos também os modelos predominantes de calça social no vestuário masculino ao longo do século XX. No segundo encontro, o curso será dedicado à prática. As alunas e os alunos aprenderão noções básicas de tecidos e aviamentos de alfaiataria e como tirar medidas do corpo. Serão introduzidos a uma modelagem de calça social masculina moderna, sem pregas, ajustada. Por fim, o professor Luiz Claudio vai demonstrar como se risca e corta uma calça no tecido de lã.

Inscrições pelo site sympla. Para comprar seu ingresso, clique aqui.

Público-avo?
O curso "Alfaiataria artesanal sob medida: moda masculina, história e prática. Módulo 1: calça social" tem como público-alvo estudantes e profissionais da área de moda e apaixonados por alfaiataria e história da roupa e da moda. Recomenda-se que as alunas e os alunos tenham conhecimento básico de modelagem.

Quando?
Sábados, 14 e 21 de agosto, das 9h às 12h.

Onde?
As aulas acontecerão ao vivo e on-line. O acesso será via plataforma zoom. Mandaremos o link por e-mail no dia de cada aula. Os encontros serão gravados e ficarão disponíveis às alunas e aos alunos para que possam assistir por uma semana após cada aula.

Material?
É necessário que as alunas e os alunos tenham réguas de modelagem, 2 folhas de papel para modelagem de 120 x 80 cm, lápis e borracha.

Investimento?
R$ 300, que podem ser divididos em até 12x sem juros no site sympla. 

Acesse https://www.sympla.com.br/alfaiataria-artesanal-sob-medida-moda-masculina-historia-e-pratica-modulo-1-calca-social__1251684 e faça sua inscrição!

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Aniversário do Walter Benjamin

Walter Benjamin em 1926. Acervo do Leo Baeck Institute.

Dia 15 de julho é aniversário do Walter Benjamin.

Eu gosto de falar Benjamin com ênfase no “min”, bem abrasileirado. Judeu-alemão nascido em Berlim em 1892, ele se suicidou em 1940, fugindo dos nazistas. Só poderia ser canceriano. Vejam o que escreve sobre ele Hannah Arendt, num lindo ensaio biográfico publicado no livro Homens em tempos sombrios: “o que o fascinava era que o espírito e sua manifestação material estavam tão intimamente ligados que parecia possível descobrir, em todas as partes, as correspondances de Baudelaire. Benjamin tinha paixão pelas coisas pequenas, até minúsculas. Para ele, a dimensão de um objeto era inversamente proporcional à sua significação”.

Não à toa, Walter Benjamin esteve atento à moda. Na maravilha que é o texto “Sobre o conceito da história”, onde podemos ler trechos como “articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como ele de fato foi’. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo”, ou “nunca houve um monumento da cultura que não fosse também um monumento da barbárie. E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não o é, tampouco, o processo de transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialista histórico se desvia dela. Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo”, estão aquelas famosas frases: “A moda tem um faro para o atual, onde quer que ele esteja na folhagem do antigamente. Ela é um salto de tigre em direção ao passado”. Walter Benjamin é leitura incontornável. No volumão do livro das Passagens, publicado no Brasil pela Editora UFMG, há uma parte importante sobre a moda. Sente só: “A epígrafe de Balzac (‘Nada morre, tudo se transforma.’) se presta bem para explicar a temporalidade do inferno. A explicar por que esta temporalidade não quer conhecer a morte, por que a moda zomba da morte, e como a rapidez do trânsito e a velocidade da transmissão de notícias – que faz com que as edições dos jornais se sucedam rapidamente – visam a eliminar toda interrupção, todo fim abrupto, e de que maneira a morte como cesura tem a ver com a linha reta do decurso divino do tempo. – Houve modas na Antiguidade? Ou será que o ‘poder da moldura’ as proibiu?”.